DR. JUSTINO JIMÉNEZ DE ARÉCHAGA MORATORIO
Quem foi Jimenez de Aréchaga Moratorio?
Advogado, professor, escritor, maçom democrático, liberal republicano. Nasceu na cidade de Montevideo em 1850, filho do Coronel Justino Jiménez de Aréchaga Fornell (Coronel Justo de Aréchaga, herói de guerra, morto na Batalha de Manantiales, em 17 de julho de 1871. Foi membro de a Respeitável Logia Capitular Madre Asilo de la Virtud.) e de D. Maria Luísa Moratório Tasani, irmão do Dr. Emilio Jiménez de Aréchaga Moratório e do Dr. Juan Jiménez de Aréchaga Moratorio. Logrou-se em ciências sociais e jurídicas no ano de 1873, na Universidade da República; docente de Direito Constitucional da Faculdade de Direito e Ciências Sociais no período 1873-1904; vice-reitor da mesma Universidade no ano de 1876; reitor em 1880. Fundou o Partido Constitucional em 1880, e também, o Partido Nacional. Eleito deputado nas legislaturas de 1896-1898; integrante do Conselho de Estado e senador nas legislaturas 1899-1901. Como escritor e jornalista publicou várias revistas e diversos jornais, deixando inúmeros ensaios e livros sobre direito constitucional e política, dentre elas: Código de Minería; La Libertad Política; El Poder Legislativo; Ministros y Legisladores; Cuestiones de Legilascion Política y Constitucional; La profesión de Fé Racionalista”- El Club Universitario, Periódico Cientifico, Literario (1872); dentre outros. Foi redator fundador da Revista del Plata. Suas obras são materiais de referências permanentes no Uruguai e na América Latina até os dias atuais. Foi membro do Club Literário, do Club Universitário, do Club Racionalista e do Club Nacional, sendo presidente e secretário por vários mandatos. Além desses clubes, pertenceu a comissão diretiva do Club Colorado. Foi diretor e vice-diretor de La Sociedad de Amigos de Montevideo. Defendia o "Direito de Liberdade Política do Indivíduo e da Democracia Uruguaia", contrariando os conservadores, e principalmente, Carlos de Castro e sua família. Suas obras e pensamentos são marcos da Constituição Uruguaia. Dr. Justino Jimenez de Aréchaga contraiu núpcias em 29 de maio de 1878, com o D. Maria Vargas Perera, tendo com ela os seguintes filhos: Carlos Joaquín Jiménez de Aréchaga Vargas; Maria Corina Jiménez de Aréchaga Vargas; Justino Jiménez de Aréchaga Vargas; Elena Jiménez de Aréchaga Vargas; Maria Inês Jiménez de Aréchaga Vargas; Horácio Jiménez de Aréchaga Vargas; Eduardo Jiménez de Aréchaga Vargas. Dr Justino Aréchaga, faleceu na cidade de Montevideo, em 1904, com 54 anos de idade. Pelos bons serviços prestados à Ordem, a Pátria e a Humanidade, seu nome foi dado a vários logradouros e monumentos públicos.
Sua Trajetória Maçônica
Na maçonaria foi Iniciado em 1873, na Logia Madre: Asilo de la Virtud nº 1, filiada ao Gran Oriente y Supremo Consejo del Uruguay. Na mesma potência desenvolveu uma brilhante carreira, defendeu mudanças e reforma na arcaica intuição dirigida pelo Carlos de Castro (membro do Clube Católico e conservador) e sua família. Desejava introduzir em sua estrutura, "A Democracia Participativa" de todos Obreiros da dita potência, separando os graus simbólicos dos graus filosóficos como era na Europa e nas Américas. Sempre se destacou entre seus pares, quanto à questão da "Defesa da Ordem, da Pátria e da Humanidade", e principalmente, "A Liberdade e da Expressão do Pensamento". Foi desliga do Gran Oriente y Supremo Consejo del Uruguay em 14 de fevereiro de 1882. O Grão-Mestre da época, Carlos de Castro (conservador), se sentindo ameaçado e com temendo em perder o poder que detinha no Gran Oriente do Uruguay, assim, suspendeu os direitos maçônicos do Dr. Jiménez e diversos maçons liberais, com a justificativa que ele e sua equipe introduziam mudanças sem sua autorização na redação do novo código maçônico da instituição que seria aprovado na sessão de 10 de setembro de 1881. O GOU-SC - Grande Oriente do Uruguay e seu Supremo Conselho, não tinha personalidade jurídica, a partir da aprovação desse novo código maçônico (que foi registrado no Ministério de Educação e Cultura do Uruguay, em 11 de maio de 1882), passou a ser regular no país, tendo personalidade jurídica.
Fundação do Gran Oriente de La Republica Oriental del Uruguay
Dr. Justino Jimenez de Arechaga depois de ter sido desligado do GOU-SC, se reuniu em Montevideo com vários maçons liberais (defensores da democracia e da república uruguaia) em fevereiro do mesmo ano, quando arquitetou a fundação de um novo grande oriente em Montevideo. Os maçons que fundaram o Grande Oriente foram os seguintes Irmãos: Anacleto Dufort y Alvarez; Antônio Barreiro y Ramos; Antônio Campos; Cárlos Sanquírico y Ayesa; Casimiro Augusto Ponce Pfaffly; Eloy Úcar y Reverón; Felipe Belmont; Francisco Campos; Félix León Rebour; Geremías Panizza; Honorato Fernando Ygnasio Font Merce; José Brígido Miranda Cabrera; José Jaume y Bosch; José Majó y Fluvia; Justino Jimenez de Aréchaga Moratório; Juan Carlos Ferreira; Juan Antônio Martinez; Juan Sosa Guimaraenz; Lino Abelino Garcia Arroyo; Lorenzo Pérez; Manoel Novoa; Miguel Jaume y Bosch; Narciso del Castillo Filho; Nicolás Chápores; Orosmán Moratorio Carbonell; Rafael Cuínãs; Ramon Souto; Rufino Pedro Ravía Gonzalez; Sebastian Ferrer y Barceló; Secundino Amaro; Thomás Aquino Joaquin Alexo Claramunt y Roura; Telmo Pérez; Valentin V. Vallejo. No mês de abril do mesmo ano, fundou e instalou o “GRAN ORIENTE DE LA REPUBLICA ORIENTAL DEL URUGUAY”. As lojas maçônicas regulares que fundaram e instalaram o Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai foram as seguintes: Respeitável Loja Hiran, instalada em 21 de agosto de 1867, no Oriente de Salto, Rito Escocês Antigo e Aceito; Respeitável Loja Libertad, instalada em 18 de maio de 1876, Oriente Buenos Aires, Rito Eclético; Respeitável Loja Igualdad (antiga Logia Virtud y Secreto), fundada em 1854 no Grande Oriente de Montevideo e reinstalada no Grande Oriente do Uruguay, em 28 de setembro de 1861, Oriente de Union, Montevideo, Rito Francês ou Moderno; Respeitável Loja Reforma, instalada em 1881, Oriente de Paysandú, Rito Francês ou Moderno; Respeitável Loja Porvenir, instalada em 1882, Oriente de Mercedes, Rito Francês ou Moderno; Respeitável Loja Unión Fraternal, instalada em 1882, Oriente de Montevideo, Rito Francês ou Moderno. Nos meses seguintes a sua fundação aderiram ao Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai outras lojas maçônicas, tais como; Respeitável Loja Armonìa, instalada em 1878, Oriente de Dolores, Buenos Aires, Rito Eclético; Respeitável Loja Artes e Ciencia, instalada em 1882, Oriente de Buenos Aires, Rito Eclético; Respeitável Loja Progreso Social, instalada em 1872, Oriente de Montevideo, Rito Francês ou Moderno. Com o passar do tempo foi fundadas outras lojas maçônicas em solo uruguaio. Sua Constituição Maçônica foi promulgada em 04 de maio de 1882. Esse novo Grande Oriente tinha como base os princípios democráticos liberais- republicanos, "O Direito a Liberdade e a Democracia" era sua bandeira. Esse novo Grande Oriente era o marco da democracia uruguaia, "Propagandista dos Movimentos Liberais". Em 1884, o novo corpo maçônico autorizou as suas lojas e seus membros difundirem em solo uruguaio e argentino "Os Movimentos Liberais Republicanos".
Sua Constituição Maçônica foi promulgada em 04 de maio de 1882. O novo Grande Oriente tinha como base os princípios democráticos liberais republicanos, "O Direito a Liberdade e a Democracia" era sua bandeira. Na primeira assembleia geral do mesmo ano, Dr. Justino Jimenez de Aréchaga foi eleito seu Grão-Mestre para dirigir a nova instituição instalada em Montevideo sendo sucedido em 1885 por Rufino Ravia. Esse novo Grande Oriente era o marco da democracia uruguaia "Propagandista dos Movimentos Liberais".
O Rito Eclético no Uruguai
A Maçonaria Eclética foi introduzida no Uruguai em 1882, por Dr. Justino Jimenez de Aréchaga Moratório, quando da cisão que ocorreu no Grande Oriente do Uruguai e seu Supremo Conselho (Gran Oriente del Uruguay y su Supremo Consejo). Ele reuniu diversos maçons cientistas, filósofos e poetas liberais para estabelecer a maçonaria liberal republicana no Uruguai, e também, reformar o sistema maçônico praticado na Cisplatina e Rio da Prata por suas Lojas. Partindo dessa necessidade, um grupo de estudiosos sob o comando e a direção do Grande Presidente do Conselho dos Ritos, Irmão Lino G. Abelino Arroyo, com os espíritos críticos e renovadores, a partir do signo do ecletismo alemão, desenvolveram um novo sistema maçônico a ser seguido pelas Lojas do Grande Oriente. Analisaram todos os ritos e rituais da maçonaria inglesa, escocesa e alemã praticados na Cisplatina e Rio da Prata, extraindo deles a essência da maçonaria tradicional, regular e moderna, reduzindo seus inúmeros graus em um único compendio maçônico. Esse no sistema absolveria os inúmeros colégios litúrgicos existentes.
Dr. Jiménez, para atender o novo sistema maçônico compilado separou da estrutura do Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai (Gran Oriente de la Republica Oriental del Uruguay) os graus simbólicos dos graus filosóficos (conforme determinava as resoluções do Congresso de Lausanne de 1875, ou seja, uma Grande Loja ou um Grande Oriente administra os Graus Simbólicos, já os Graus Filosóficos, seriam administrados por um auto corpo denominado de Supremos ou Conselho), alterando os arts. 83, 84, 85 do Código Maçônico, promulgado e aprovado em 04 de maio de 1882.
Logo após a reestruturação do Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai, Dr. Jimenez, com o apoio do Grande Oriente Brasileiro (Gran Oriente Brasileño), constituiu um Auto Corpo para atender a maçonaria filosófica Uruguaia (Ritos Azuis), denominado de Supremo Grande Capitulo da Maçonaria Eclética (Supremo Gran Capítulo da Masoneria Ecléctica), substituindo o antigo Colégio dos Ritos Azuis, instalado em Montevideo em 1856. Esse auto corpo foi instalado e consagrado em 1883 pelo Mui Poderoso Supremo Conselho para o Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasiliero (Muy Poderoso Consejo Supremo para el Rito Escocés Antiguo y Acepto del Gran Oriente Brasileño). Seu primeiro presidente foi o Irmão Rufino P. Ravìa Gonzalez, sendo sucedido em 1885, pelo Irmão Lino G. Abelino Arroyo. O Rito Escocês ficou subordinado ao Mui Poderoso Supremo Conselho do Rito Escocês Antigo e Aceito do Grande Oriente Brasileiro, uma vez que só existia uma única loja. Inúmeras lojas ecléticas foram instalada no Uruguai, Argentina e Chile, entre 1880-1910, cada qual seguindo seu próprio sistema.
A Maçonaria e os Movimentos Liberais no Uruguai
Em 1884, o Gran Oriente de la Masonerie del Uruguay autorizou as suas lojas e seus membros difundirem em solo uruguaio e argentino "Os Movimentos Liberais Republicanos". Sobre o Comando de Dr. Justino Jimenez de Arechaga e Rufino P. Ravia, com o apoio do Grande Oriente de Espanha e do Grande Oriente Brasileiro (Grande Oriente do Vale do Passeio), o Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai deixou sua marca na república democrática do Uruguai.
A Maçonaria Republicana para o Homens de Desejos tomava corpo, a democracia surgia nos quatro cantos do país, os liberais republicanos comemoravam a vitória, Grande Oriente da Republica Oriental do Uruguai comemorava seu objetivo" Forjou naquele Pais, "A República e a Democracia". O novo corpo vencia os conservadores, "A Maçonaria Democrática mudava o destino do Uruguai".
Fonte: da Biblioteca Nacional do rio de Janeiro; da Biblioteca Nacional do Uruguay; da Biblioteca Nacional do Argentina; dos Boletins Oficiais do Grande Oriente Unido do Brasil; dos Boletins Oficiais do Grande Oriente Brasileiro ""Aurora Escocezza"; dos Boletins Oficiais do Grande Oriente Unido do Brasil; do Almanaque "Astréa Almanak Maçônico", 1847, Edição 2"; Boletín Masónico del Gran Oriente del Uruguay, 1882-1888; Código Masónico del Gran Oriente de la Republica Oriental del Uruguay, 1882.
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