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PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA

PAULINO JOSÉ SOARES DE SOUZA

Grão Mestre do Grande Oriente Brasileiro: 1856-1861

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Visconde do Uruguai, advogado, maçom republicano. Nasceu em Paris, França, em 4 de outubro de 1807. Filho do médico brasileiro José Antônio Soares de Sousa e da francesa, D. Antoinette Gabrielle Gibert Soares de Sousa. Sua família mudou-se para Portugal em 1814, retornando quatro anos depois para o Brasil, fixando-se em São Luís do Maranhão. Em 1823 iniciou o curso de Direito em Coimbra, mas foi detido ao lado de outros brasileiros sob a acusação de participação na revolta do Porto e com o fechamento da Universidade, em 1828. Neste ano voltou ao Brasil, mas retomou o curso somente em 1830, concluindo sua formação no Curso Jurídico de São Paulo, em 1831. Ingressou na magistratura em 1832, tendo sido nomeado juiz e, pouco depois, ouvidor de comarca em São Paulo. Em 1833 se casou com Ana Maria de Macedo Alvarez de Azevedo, de uma família influente de proprietários de terras da província fluminense, o que o inseriu numa rede de parentesco de grande prestígio e poder político. Em 1835 foi lançado candidato, pelo Partido Moderado, a deputado para a Assembleia Provincial do Rio de Janeiro por Evaristo da Veiga, o que deu início a sua rápida ascensão política. Em 1836 foi eleito deputado provincial e, no mesmo ano, nomeado pelo regente Diogo Feijó presidente da Província do Rio de Janeiro. Em 1837, acusado de filiar-se à oposição, foi demitido da presidência da província por Feijó, tendo sido reconduzido após sua renúncia, permanecendo no cargo até 1840. Assumiu diversos cargos na administração imperial, foi secretário de Estado dos Negócios da Justiça (1840 e 1841-1843), dos Negócios Estrangeiros (1843-1844, 1849-1852 e 1852-1853). Foi senador (1849) e membro do Conselho de Estado (1853). Como um dos mais importantes nomes do cenário político do Segundo Reinado, contribuiu para o chamado Regresso Conservador, a partir de 1837. Ao lado de Joaquim José Rodrigues Torres, o futuro visconde de Itaboraí, e Eusébio de Queiroz, liderava o Partido Conservador e com estes formava o que ficou conhecida como a ‘trindade saquarema’, forma como eram denominados os conservadores, em alusão à região fluminense onde tinham propriedade de terras. Foi um dos principais articuladores da Lei interpretativa do Ato Adicional (1840) e da reforma do Código de Processo Criminal (1841), que resultaram em maior centralização política e administrativa do Segundo Reinado. Atuou de forma determinante para a aprovação, em 1850, da abolição do tráfico de escravos no Brasil. À frente da pasta de Negócios Estrangeiros, sua atuação nas negociações diplomáticas da região do Prata, na questão dos limites entre Brasil, Argentina e Paraguai lhe renderam o título de visconde do Uruguai. Em 1855 foi nomeado enviado extraordinário e ministro plenipotenciário junto à corte de Napoleão III para tratado de limites com a Guiana Francesa, a chamada Questão do Oiapoque. Foi o autor de Estudos sobre o direito administrativo (1862), e Estudos práticos sobre a administração das províncias do Brasil (1865), dois trabalhos fundamentais sobre a administração pública brasileira no século XIX. Seu filho, Paulino José Soares de Sousa, também seguiu a carreira política, tendo sido ministro dos Negócios do Império (1868-1870), além de senador pela Província do Rio de Janeiro (1882-1884 e 1886-1889). Foi agraciado com comenda de oficial da Ordem Imperial do Cruzeiro, com a Grã Cruz da Ordem de São Genaro pelo rei de Nápoles (1850) e condecorado com a Ordem Real de Danebrog pelo rei da Dinamarca (1852), com a Ordem Imperial da Coroa de Ferro pelo imperador da Áustria (1852) e com a Ordem de Cristo pelo rei de Portugal (1852). Foi membro, entre outras, da Academia Britânica de Ciências, Artes e Indústria, da Sociedade de Zoologia e Aclimatação de Paris, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional do Rio de Janeiro. Pertencia à maçonaria desde os tempos da Escola em São Paulo, ou, talvez, antes, desde Coimbra:, sendo, em 1835, nomeado como delegado junto ao Grande Oriente do Brasileiro ou do Passeio para as Lojas Paulistanas. O Grão-Mestre Alves Branco renunciou do cargo, sendo substituído, em 1856 pelo Visconde do Uruguai. No ano de 1861, entre tantos conflitos internos causado ao Grande Oriente do Passeio, não conseguindo manter o poder para si, seguindo os passos do Visconde do Rio Branco, deixou o Grande Oriente do passeio e se filiou no Grande Oriente do Lavradio, levando consigo cerca de 20 lojas. O Grande Oriente Brasileiro ficou sobre a tutela de seu adjunto, enfermo e sem liderança, suspendeu as atividades temporariamente em 1864. Visconde do Urugaui faleceu no Rio de Janeiro, em 15 de julho de 1866




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